Camponeses instalam banco de sementes em Orizona

Camponeses e camponesas do MCP - Movimento Camponês Popular têm um banco de sementes na propriedade do casal Inês e Clarindo Lopes, em Orizona. A comunidade armazena variedades crioulas: uma de arroz, uma de café, duas de gergelim, três de milho, cinco de feijão e adubos verdes. Apenas de milho são 2.500 quilos de sementes. As famílias camponesas são acompanhadas por técnicos do MCP.
Com o fortalecimento da organização camponesa na região, por meio da criação da secretaria regional da Estrada de Ferro, as famílias camponesas planejam a criação de um banco de sementes definitivo, com melhor estrutura. “Estamos utilizando um pequeno galpão improvisado, mas até o próximo ano vamos construir um local adequado para o armazenamento de sementes”, diz Realino Lopes, camponês e técnico em agropecuária.
A luta não é só pela instalação dos bancos, mas por um campesinato melhor. Na região, as propriedade estão adotando práticas agroegológicas. “Nosso banco provisório permitiu que quase toda a comunidade entrasse em processo de transição para a agroecologia. Com o banco definitivo tenho certeza que vamos conseguir ser 100% agroecológicos.”, ressalta Realino. 
Ter autonomia camponesa, não precisar comprar sementes da Bayer, Bunge, Cargill, Du Pont, Monsanto, Pioneer, Sygenta ou meia dúzia de outras empresas que têm o monopólio das sementes, esse é o objetivo principal da criação dos bancos. A implantação de bancos de sementes crioulas permite que a comunidade camponesa tenha a posse das sementes.
Durante a época do plantio não é necessário ir ao mercado do município comprar sementes transgênicas ou híbridas, que após o cultivo geram sementes estéreis. Camponeses e camponesas vão aos bancos, instalados na comunidade, e pegam sementes crioulas. Ao final da safra, devem devolver uma quantidade maior.
A comunidade se integra para o manejo do banco, administrado de forma coletiva. O sistema de empréstimo e devolução permite o melhoramento e aumento da quantidade de sementes. É a agricultura camponesa dizendo não ao agronegócio da morte, conquistando autonomia e adotando práticas agroecológicas de cultivo.

* Texto da Assessoria de Comunicação do MCP. Imagem: Sandra Alves. Todos os direitos reservados.

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