Bariani: "Marreco voou nos passos da catira"

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Mesmo não registrando como deveria, queremos em tempo dedicar espaço em nome da memória de José Onofre Leite, o Marreco, que foi por anos companheiro de música e arte  do nosso colaborador Francisco Ricardo de Souza, o Marrequinho. Marreco nos deixou no dia 25 de janeiro passado. Publicamos abaixo uma crônica de memórias de autoria do notável Bariani Ortêncio, um grande apoiador da dupla Marreco e Marrequinho e de centenas de artistas da música sertaneja goiana. O texto original foi publicado na edição do dia 16/02/2013, no jornal O Popular:

"Nas rodas do cancioneiro sertanejo goiano, quem houve o nome de José Onofre Leite talvez não saiba de quem se trata, mas em se falando de Marreco, não há quem não o conhecesse. Bom violeiro, cantador de modas, tirador de folias e colecionador de recortados de catira.
Nascido na antiga Curralinhos, que à época já era Itaberaí, fui seu padrinho de casamento, onde se deu uma grande festa folclórica, com folias e catiras, na hoje Itauçu, que também já foi Catingueiro Grande e Cruzeiro do Sul.
Comandou folias e catiras das regiões de Itaberaí, Mossâmedes e Americano do Brasil. Desde a década de 1960 viajamos juntos levando grupos de catira e folias até em Porto Alegre.
“Garoto de recado” do político Iris Rezende Machado, acompanhou-o quase que pela vida toda, aposentando-se como segurança na Assembleia Legislativa, onde também atuou o pioneiro da música sertaneja em Goiás, e meu compadre, já falecido, Zé Micuim, pseudônimo de Jorge Batista Ribeiro (outra incógnita), que se aposentou pelos Correios e Telégrafos.
rofessor em colégios, ensinando catira, principalmente na Semana do Folclore (16 a 22 de agosto). Criador de um passo elegante, puxado pra trás, como nas danças do Charles Chaplin e Michael Jackson, que ele, talvez, nem conheceu.
Um dos mais pródigos compositores e cantadores sertanejos aqui do nosso Goiás (guarânia Pranto do Adeus), Francisco Ricardo de Souza, que também quase ninguém sabe quem é, mas se falar em Marrequinho... (o menino de Orizona). Adquiriu o famoso nome artístico fazendo dupla com ele – Marreco e Marrequinho.
As primeiras gravações comerciais acontecidas em Goiás foram realizadas pelo Bazar Paulistinha, com exceção da dupla Marreco e Marrequinho, que gravou 3 discos 78 RPM na RCA Victor, em São Paulo.
Marreco sempre passava por aqui, em casa, tomava a bênção e uma “martelada” da Vale do Cedro, soltando fumaça do indefectível “palheiro”, que se esmerava no capricho da sua pacienciosa “fazeção”.
Vamos mostrar as suas duas únicas composições musicais gravadas e alguns dos seus principais recortados:
Tempo de Carreiro (Cururu), gravada com Marrequinho em disco RCA em 1957. Ainda te Quero (guarânia) gravada pelas Irmãs Rocha, em 1958.
Recortados:
“Eu mais minha muié
Fizemo combinação
Eu vô no pagode ela não vai não
No sábado passado fui ela ficô
No sábado que vem ela fica eu vô”
O seu último recortado, composto recentemente:
“A viola me conhece
Foi na minha flor de idade
As coisas que aconteceram
Nem tudo é felicidade
O dia em que eu for embora
Levando a minha viola
Vocês vão sentir saudades”
Nasceu em 5 de setembro de 1931 e se foi em 25 de janeiro deste ano.
Macktub!"

Foto: Divulgação.

Foliões e organizadores consideraram o Carnaval de Orizona como um dos melhores dos últimos anos

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A Prefeitura de Orizona, através do secretário municipal de Cultura Antônio Baiano, e do prefeito Felipe Dias, organizou o melhor carnaval de todos os tempos em Orizona. A segurança foi um ponto importante na organização. Outro fator que mereceu elogios foram os turistas, que compareceram em grande número e foram bem recebidos pela população local. A programação artística, com bandas e DJs, agradaram muito aos foliões.
O prefeito, mesmo antes do evento, pediu que tudo fosse organizado para o orizonense e os visitantes se sentirem bem e mais que satisfeitos ao ponto de voltar todos os anos. Com certeza, o que foi solicitado por Felipe foi atendido na íntegra pela organização do carnaval, coordenada por Antônio Baiano, por equipes de trabalho de outras secretarias e pelos DJs Nenê e Alan, que conduziram a infraestrutura e a parte artística.
Na opinião de muitos foliões, foi o carnaval mais seguro e organizado que a Prefeitura promoveu nos últimos anos. A presença ostensiva da Polícia Militar e a instalação de câmaras de vigilância deixaram a todos com muita tranquilidade para brincar o carnaval.
Depois de passada toda a correria da organização, o secretário Antônio Baiano expressou no Facebook a sua satisfação com o evento: "Depois de muita peleja, conseguimos realizar nosso carnaval! As ruas estão dizendo que foi um dos melhores dos últimos anos e isso me alegra. Foram cinco dias de folia sem nenhuma ocorrência policial. Grandes bandas e muita gente foi para a Praça do Lazer! Quem não foi perdeu e quem não gosta de carnaval certamente aproveitou para descansar".
O prefeito Felipe Dias parabenizou a todos os participantes do carnaval, orizonenses e visitantes, pelo comportamento, pela alegria e por preferir o carnaval de Orizona. O prefeito disse que espera a todos para mais uma grande festa em 2014.

Foto: Rádio Orizona Web/ Jornal Terra Goiana.

Sementes ajudam comunidades no levante à independência

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O estado de Goiás enfrenta enormes desafios sociais e ambientais devido à expansão do agronegócio, orientado, especialmente, para a exportação de agrocombustíveis. A monocultura da cana-de-açúcar para etanol provoca o deslocamento de comunidades indígenas e camponesas, comprometendo também seus direitos humanos básicos. A rápida expansão de plantações para agrocombustíveis desconsidera o ecossistema local e ameaça a biodiversidade presente no Cerrado, encontrada unicamente na região. Outro grande desafio para a agricultura camponesa local é a disseminação de organismos geneticamente modificados, sementes que ameaçam a biodiversidade, empanturrando-se de água e consumindo grandes quantidades de insumos químicos. Estas sementes estão tornando a agricultura local mais dependente de outros insumos externos e de produtos químicos vendidos por algumas grandes empresas multinacionais.
Tal mudança da agricultura, controlada por conglomerados agrícolas, está afetando a capacidade das comunidades rurais de produzirem sua própria comida, especialmente porque cria uma concorrência desleal entre pequenos agricultores e grandes corporações. Com a expansão dos agrocombustíveis, e falta de controle sobre as sementes, os pequenos agricultores acabam não tendo outra opção além de vender suas terras para os grandes produtores e investidores internacionais. Esta mudança na agricultura brasileira também agrava a crescente influência das empresas transnacionais sobre o sistema alimentar local. No Brasil, três empresas controlam 66% dos grãos exportados - Cargill, Archer Daniels Midland e Bunge.
Neste contexto difícil, o Movimento Camponês Popular (MCP) e seu Programa de Sementes Crioulas (apoiado pela Grassroots Internacional) demonstram alternativas viáveis em face da agricultura industrial.
MCP é uma organização que defende, no Brasil, a proteção das economias camponesas, soberania alimentar e de sementes. O MCP organiza famílias camponesas e comunidades em torno de práticas de agricultura sustentável e tem sido uma voz de liderança no estado de Goiás frente os impactos negativos da expansão de monoculturas industriais como a cana-de-açúcar para produção de agrocombustíveis e a disseminação de sementes transgênicas.
O Programa de Sementes Crioulas, do MCP, incentiva o crescimento, produção e distribuição da herança tradicional - ou crioula - sementes para culturas alimentares adaptadas às condições locais. Através de experimentos liderados pela comunidade, os agricultores testam centenas de variedades locais de milho, feijão, arroz, mandioca e culturas de cobertura para melhoria do solo. O MCP seleciona variedades de alto rendimento para multiplicação e ajuda os agricultores a comercializar, para outras comunidades rurais, as melhores variedades de sementes crioulas.
Além da restauração do mercado de sementes crioulas, o programa do MCP está reunindo camponeses para juntos aprenderem sobre outras práticas de agricultura sustentável e, mais importante, para proteger os seus interesses em um contexto de boom da produção de agrocombustíveis. O Programa de Sementes Crioulas demonstra, com sucesso, a produtividade das sementes e sua não dependência de insumos caros e tóxicos necessários para as culturas transgênicas.
Desde 2006, integrantes do MCP produziram mais de 400 toneladas de variedades de herança tradicional de arroz, milho e feijão que estão sendo distribuídas para outros pequenos agricultores. O Programa de Sementes Crioulas está se tornando, rapidamente, um modelo de pesquisa participativa sobre a gestão sustentável da diversidade genética. Utilizando uma metodologia de camponês para camponês, o MCP está contribuindo para o resgate, avaliação, caracterização, seleção e conservação dos recursos genéticos locais.
O Programa de Sementes Crioulas, do MCP, valoriza a liderança das mulheres e contribui para a preservação de sementes locais e da biodiversidade agrícola. 26 grupos de mulheres também participam do programa. O MCP desenvolve uma metodologia específica para trabalhar com mulheres camponesas que inclui reuniões e treinamentos para resolver os problemas do patriarcado e incluir a perspectivas das mulheres sobre práticas de agricultura sustentável.
Os resultados são impressionantes:
- 348 toneladas de sementes crioulas foram vendidas para outras comunidades: 57 variedades locais de milho, feijão, mandioca e arroz, e dez culturas diferentes que são usados ​​para restaurar a fertilidade do solo.
- MCP ajudou a organizar, em Goiás, 40 bancos comunitários de sementes.
- A metodologia participativa do Programa de Sementes Crioulas está gerando novas oportunidades para os agricultores estudarem e implementarem práticas de agricultura sustentável, como a rotação de plantio, áreas de pastagem e adubação do solo naturais (orgânico).
- O Programa de Sementes Crioulas tem fortalecido as comunidades de pequenos agricultores para lutarem por melhores políticas de desenvolvimento rural e resistir aos impactos negativos do agronegócio em suas comunidades. 
- Através do Programa de Sementes Crioulas, o MCP tem sido capaz de construir conexões práticas e trocas de conhecimento com outras comunidades na América Latina e África que estão sendo impactadas pelas mesmas ameaças ambientais, econômicas e sociais.
O Programa de Sementes Crioulas continua influenciando famílias camponesas a aprenderem sobre a produtividade e acessibilidade na multiplicação de sementes locais. Elias Freitas Mesquita, coordenador regional do MCP, descreve isso da seguinte maneira: "O trabalho com sementes é um projeto incrível porque a comunidade quer ver para crer. Eles podem ver os resultados por si mesmos - que as nossas sementes locais são mais produtivas, resistentes a insetos e produzem culturas de melhor sabor que híbridos ou outras sementes".

* Texto por Grassroots International/ Tradução Comunicação MCP. Foto: Marina Munhoz. Todos os direitos reservados.

Escolas Famílias Agrícolas do Estado de Goiás realizam intercâmbio na EFA de Goiás

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As Escolas Famílias Agrícolas do Estado de Goiás realizaram intercâmbio entre os dias 05 e 6 de fevereiro com a abordagem temática: Identidade da juventude e Educação do Campo, Sucessão na Agricultura Familiar e Políticas Públicas. O intercâmbio foi pensado no Fórum de Educação do Campo em Goiás no final do ano 2012, quando as EFAs, Territórios e ECOCUT – Escola Centro-Oeste de Formação da Central Única dos Trabalhadores assumiram a coordenação do evento.
Estiveram presentes Orizona – Território da Estrada de Ferro contando com representantes da Escola Família Agrícola de Orizona / Associação das Escolas Famílias Agrícolas do Centro Oeste e Tocantins / União das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil; União Brasiliense de Educação e Cultura (UBEC/CENTAF); Território Vale do Araguaia / Escola Família Agrícola de Uirapuru; Território Vale do Rio Vermelho / Escola Família Agrícola de Goiás; Instituições parceiras dos Territórios / Escola Centro Oeste de Formação da CUT (ECOCUT); Sindicato dos Trabalhadores Rurais; Secretaria Municipal de Educação Goiás / Coordenação da Educação do Campo Goiás; Secretaria de Obras Goiás.
Vale lembrar que o intercâmbio aconteceu na EFAGO, para proporcionar um momento de solidariedade das EFAs de Goiás para com a EFAGO, tendo em vista as dificuldades que a escola vem enfrentado para sobreviver.

* Texto com informações da UNEFAB. Imagem: Cida Fonseca. Todos os direitos reservados.

 
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