No artigo "Oração ao Seu Zequinha", publicado no Jornal Diário da Manhã, a escritora orizonense Sônia Ferreira escreve: "Eu recorreria às pastagens verdes do jaraguá, meloso e colonião. Buscaria o cerrado, cheirando a pequi, gabiroba, araticum, mangaba e liberdade. Apelaria às asas dos canários, joãos de barro e às do solitário sabiá. Gravaria as vozes das copas dos quintais, em sintonia com o vento e com o canto do carro de bois. Carregaria jacás de espigas e me cobriria de arroz em casca. Fotografaria ranchos de palha, casas de pau a pique, brancos casarios de muitas janelas em cor e muita gente com vontade de estudar. Falaria com o homem da enxada, de calos nas mãos e sorrisos nos dentes. Convidaria a criança molhada, saída limpinha do calabouço e o boiadeiro suado que acabara de chegar. Traria pela mão a mulher de avental, temperando com alegria uma gamela de quitanda. E, atenta, aprenderia as ternas lições da professorinha tímida, vinda da cidade, e não dispensaria a presença de DEUS..."
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